Texto II - Autoestima.

13:09


Em uma fase de construção onde começamos a descobrir quem nós somos, as nossas qualidades e os nossos defeitos, surge a autoestima. Sempre presente em nós mesmos, com duas funções: nos levantar ou nos destruir.
A autoestima é algo engraçado, é tão difícil estabelecê-la, mas é muito fácil acabar com ela. São como caquinhos de vidro querendo ser colados novamente, e como é difícil juntar cada um.  A aparência é algo que nos destrói em algum momento de nossas vidas, na verdade, o exterior sempre destrói o interior. Aos olhos das pessoas, é muito mais bonito enxergar uma paisagem com vários arranha-céus, o céu azul, a cidade cheia do que encarar o lado mais feio da paisagem, aquela que contem pessoas tristes, sofrendo, com fome. É mais fácil encarar a natureza, as cachoeiras, as montanhas, do que a natureza sofrendo, queimando e ninguém faz nada para arrumar, porque simplesmente não se importam. Somos como uma cidade ou a natureza, quando linda, todos dão importância. Quando em estado critico, as pessoas não estão nem ai, porque para elas, não fazem diferença. Não são elas a sofrer.
A concepção é feita apenas pela aparência. Se for magra, ok. Se tiver o cabelo liso, ok. Se tiver olhos claros, ok. Se tiver o rosto fino, ok. Se for gordo, não serve. Se tiver o cabelo crespo, não serve. Se for negro, não serve (e não venha dizer que serve, porque o mundo ainda é muito preconceituoso e tem muito que aprender)
O que estou tentando dizer é que mesmo com cidades ou a natureza destruída, elas conseguem se restabelecer, se reconstruir. A autoestima é a mesma coisa. Se você tiver amor por si, tudo fica mais fácil.
É difícil as pessoas não te aceitarem, mas é mais difícil ainda você não se aceitar. E para isso, é preciso construir cada bloquinho, um em cima do outro. Todos nós temos defeitos e temos que amá-los, porque eles definem quem nós somos, assim como as qualidades. O ser humano é muito mais defeituoso e isso não é difícil de enxergar, mas se começarmos a pensar que dos nossos defeitos podemos tirar alguma lição e aquilo pode nos fazer amadurecer, fazer mudar, vale a pena.
É difícil olhar no espelho e ver algumas cicatrizes, algum “erro” definido por você e pela sociedade. Mas é mais difícil ainda ver as cicatrizes de dentro, elas não se curam tão fácil assim, é preciso muito esforço e muita aceitação daquela cicatriz e que ela pode curar.
Por mais problemático que ache que seja, por mais feio que você ache que seja, por mais despedaçado pela vida que você seja, olhe ao redor, quem nunca se sentiu assim? Não que devemos ser iguais aos outros, jamais. Mas devemos encarar que vivemos dia após dia, temos uma vida, temos que amá-la. As coisas tem que começar a acontecer.
Pense que você está parado, na faixa de pedestre. Quando o sinal ficar verde, você vai ter que atravessar. Pense que a cada passo, é um degrau, uma construção de si mesmo.
Olhar no espelho e se amar é muito bom, mais se amar por ser quem é, é muito melhor. Uma vez eu li que o amor não faz sofrer, o amor não trás tristezas. O erro é deixar a tristeza tomar conta, a depressão virar um escudo contra o amor. Deixe o amor entrar, ele apenas trás qualidades. Não o amor por outro alguém, mas o amor por si mesmo, assim quem sabe outro alguém vai ajudá-lo a colar os caquinhos do coração.
Assim a autoestima cresce, assim ela nasce. Como uma flor esperando o tempo certo para florescer. Como a natureza depois de uma catástrofe, esperando chuva e amor para se reconstruir. Como uma cidade depois de muita miséria, se estabelecer.
Não existe raça, não existe gênero, não existe opinião alheia. Existe você, e é apenas você que estabelece quem realmente deve ser.

Foto: Pinterest ♥

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