(#TBREmCacos2017) Categoria: Policial - Uni-Duni-Tê - M. J. Arlidge.

13:06


A vida é um jogo, tipo uni-duni-tê. Temos que escolher algumas coisas e sacrificar outras.
Mas quando o caso é sacrificar uma vida para continuar sobrevivendo, o que você escolheria?
Com um tema muito mais profundo do que seriais killers, M. J. Arlidge vai fazer você se questionar se o errado é certo ou o certo é errado.
Um casal está saindo de um show, estava chovendo e eles precisavam de uma carona. Eis que uma van aparece, luxuosa e toda receptiva, eles acabam se sentindo acolhidos. Mal eles sabiam que aquele seria seu último conforto e gosto de liberdade.
Amy e Sam acordam em uma piscina em um lugar abandonado. O lugar é precário e desgostoso. Eles não sabem o que estão fazendo ali, e não sabem o porquê estão ali. As únicas coisas que dão uma resposta para a sobrevivência é um telefone-celular e uma arma. Uma voz irreconhecível atravessa os ouvidos de Amy quando ela atende e faz a seguinte pergunta: “Você quer viver?”. Se Amy quiser viver, ela vai ter que matar Sam ou Sam vai ter que matá-la.
Quem vai ganhar esse jogo de uni-duni-tê?


Vamos encontrar vários casos de sequestro, onde esse serial-killer vai “brincar” com os sentimentos de cada vítima. Após a primeira vítima sair quase morta de um bosque a policia é acionada e vamos acompanhar a jornada da nossa protagonista Helen Grace, a policial que vai enfrentar vários demônios ao decorrer da história.
Quanto mais Helen tenta chegar perto do assassino, mais difícil é visualizar cada vítima que escapa com vida. É difícil encarar as pessoas quase mortas, desidratadas, sujas e sujeitas a conviver com seus próprios pesadelos por pressão psicológica.
O assassino deixa uma “oportunidade” de sobrevivência para as vítimas. Fica mais difícil a cada dia que essas pessoas ficam presas. Sem comida, sem água, sem um banheiro para fazer as necessidades. O objetivo do assassino não é fazer com que as pessoas matem umas as outras, e sim fazer com que as pessoas sofram por seus atos, por suas escolhas. É perturbador acompanhar o after game.
Nós leitores, vamos encarar o que é uma luta por sobrevivência. Do que o ser humano é capaz para continuar respirando? É nojento e traumatizante de ler, mas sabemos que é a mais pura verdade se fossemos nós passando por aquilo.
Helen Grace de alguma maneira está ligada a esse jogo. O assassino está fazendo com que todas as vítimas cheguem até ela, e a confunda ainda mais, fazendo com que ela se pergunte o porquê a todo o momento.
 

Como eu citei no começo da resenha, Uni-Duni-Tê vai mais além do que apenas um caso de serial-killer. É um livro onde vamos acompanhar uma protagonista sadomasoquista, que gosta de se afundar em chicotadas e sentir prazer ao mesmo tempo. Sempre que ela passa por uma situação difícil ou nada está saindo como ela planejava, Helen vai atrás da pessoa capaz de te dar prazer e fazer com que esqueça seus problemas.
A história do assassino (a) é impressionante e dolorosa. A pessoa por trás do jogo sofreu muito quando criança, mas não foi por causa das pessoas da vizinhança ou da escola, e sim da sua própria casa.
A violência doméstica também é explícita em capítulos específicos do livro, chega da uma náusea de ler. É revoltante saber que aquilo está acontecendo, e ninguém, nem a própria personagem faz nada para reverter à situação, fazendo com que as coisas virem uma bola de neve trazendo consequências desastrosas e violentas no final.
Vamos acompanhar também a história de um homem que se divorciou da esposa, por preferência dela e acabou tirando tudo o que ele mais amava.
Uma coisa mínima que me incomodou no livro foi não sentir a presença do assassino. Os sequestros aconteciam a todo o momento, mas eu não senti o serial killer ali. Era como se fosse algo voluntário dos personagens. Só fui sentir o assassino mesmo no final do livro, o que deixou um pouco de lado meu incomodo quanto a isso, pois o mistério de não saber quem é, ou de ele não estar presente na história é o que faz você não parar de ler até saber quem é o maldito, rs. E amigos, acreditem, é impressionante e de explodir a mente.
M. J. conseguiu trazer para o leitor uma história de assassino em série forte, com vários defeitos das pessoas ao seu redor e fazendo até com que nos coloquemos no lugar do assassino. Será que foi certo ou será que foi errado?

Os temas abordados são apresentados para nós todos os dias, e faz com que possamos refletir até onde uma pessoa é capaz de ir pela sobrevivência, o quão rápido a insanidade pode atingir nossas mentes em nossos momentos de desespero. É realmente impressionante.
A escrita é super gostosa e a leitura só vai, eu li em um dia e meio por ansiedade mesmo, haha.
Edição: Confesso que tem algumas edições da Record que me incomodam. Impressão, qualidade das folhas e da capa... Mas essa edição está maravilhosa, a diagramação da Record é maravilhosa, assim como a fonte que faz com que a leitura se torne mais rápida. A capa é linda e nos passa várias características da história. Arrasou!
Nota:4/5.


Quote: “Porque a assassina agia dessa forma? Fazia suas vítimas participarem de um diabólico jogo de uni-duni-tê, certa de que, quem puxasse o gatilho, em uma última análise, sofreria muito mais do que sua vítima.”

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2 comentários

  1. Socorroooo ... Que resenha maravilhosa, Mi! Já tinha ficando com uma vontade enorme de ler esse livro, por um certo comentário que vi em um dos seus posts do Ig. Agora lendo essa resenha fiquei ainda mais com vontade. Com toda certeza essa será uma das minhas próximas leituras.

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    Respostas
    1. Ahhh, olha quem está aqui, que amor ♥
      Muito obrigada Gle, fico feliz que tenha gostado. É um ótimo livro, da para ler em um dia e é realmente surpreendente quando nossas atitudes prejudica outras pessoas para chegar em quem realmente queremos. Obrigada, viu? Boa leitura e quando terminar quero saber o que achou ♥

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